quinta-feira, 9 de outubro de 2014

E se trocássemos dívida com o FMI?



O apoio ao financiamento do Estado e de muitas instituições portuguesas de 2011 permitiu que os juros pagos não fossem disparatados e permitiu ganhar algum tempo para se colocarem as contas públicas com outro aspeto. Dito de outra forma, reestruturamos e reescalonamos a dívida sem que tivessos chamado os bois pelos nomes.


Para isso, o Estado deixou de levantar dinheiro no mercado e um trio (a troika) de instituições mundiais desempenhou o papel de cedência de liquidez.


As taxas a pagar andam pelos 3.5%, ...


... isto incluindo comissões e uma série de despesas com o processo. Ao que parece, as taxas mais altas são as cobradas pelo FMI.


Por outro lado, no mercado secundário as taxas a 10 anos baixaram os 3%.


Ontem, inclusivamente, foi emitida dívida a 6 anos com taxa de 1.85%.


Ora, a amortização ao FMI irá decorrer entre 2015 e 2024, com especial incidência nos anos 2016 a 2021, que representam 88% das amortizações.


Tendo em conta este dados, assumindo a taxa de 1.9% (paga nas obrigações) e a de 3.5% (paga ao FMI), por cada 1.000M€ de dívida pouparemos 16M€ em juros.


Seria interessante que se pudessem fazer emissões de dívida, com o objectivo de fazer estas trocas e, deste, modo, baixar os juros pagos nos próximos anos.


Tem-se falado muito na almofada de liquidez que o Estado construiu, mas essa almofada está a ter um custo muito elevado e que tem de começar a ser mitigado.


Assim haja força dos nossos políticos e vontade das instituições internacionais nos continuarem a ajudar.

Até breve!

Sem comentários: