quarta-feira, 20 de abril de 2011

Execução Orçamental MARÇO 2011 - Comentário



O aumento da receita fiscal é o garante da melhoria das contas do Estado, nos primeiros 3 meses de 2011.
75% da melhoria do défice (sim, ainda temos défice) é feito do lado das receitas.
Nas despesas, continua muito por fazer.


Vejamos alguns números:

- IRS : +275 M€ (+13.0%) - não consigo explicar esta, embora tenha a minha suspeita...
- IVA : +557 M€ (+18.4%) - reflexo do aumento da taxa máxima de IVA
- IRC : +183 M€ (+54.3%) - (ainda o) reflexo da tributação de dividendos estraordinários em dezembro.
- ISP : +1M€ (+0.2%) - contracção no consumo de combustível
- ISV : +12 M€ (+6.6%) - reflexo da antecipação da compra de carros para dezembro
- IUC : +6 M€ (+16.3%) - idem

Estes 6 itens representam 1034 M€ dos 1155 M€ de aumento da receita.

No campo das despesas:

- Despesas com pessoal : -198.2 M€ (-8.2%) - este é um número estranho visto que os cortes tinham como objectivo 5%. Haverá aqui factores que desconheço (redução de horas extraordinárias, suplementos e ajudas de custo?)
- Aquisição de bens e serviços correntes : +98.3 M€ (+49.5%) - aqui há muito a fazer...
- Juros e outros encargos : -41.1M€ (-17.7%) - esta descida tem a ver com as datas de vencimento das OT e dos BT.
- Pensões pagas pela CGA : +56 M€ (+3.1%)
- Pensões pagas pela SS : +86 M€ (+2.9%)
Relembro o que escrevi há um mês:

O final do mês de março vai trazer números bons, espero eu, e o desafio será quando chegarem os de abril e seguintes. Os juros começarão a pesar por essa altura...

Execução Orçamental MARÇO 2011



Receita Total : 8.877.300.000€ (+1.155M€ ; +15.0%)

Receitas fiscais : 8.024.500.000M€ (+1.038M€ ; +14.9%)
IRS : 1.649.000.000€ (+275M€ ; +13.0%)
IRC : 266.500.000€ (+183M€ ; +54.3%)
IVA : 2.863.500.000€ (+557M€ ; +18.4%)
ISP : 573.600.000€ (+1M€ ; +0.2%)

Despesa Total : 9.896.400.000M€ -375M€ ; -3.6%)
Despesa Corrente Primária : 9.177.400.000€ (-345M€ ; -3.6%)
Despesa de Capital : 528.000.000€ (+12M€ ; +2.2%)

Saldo : -1.019.100.000M€ ( aprox. 
0.6% PIB previsto em 2011 )

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em Junho, nova dor de cabeça!



As eleições de Junho são escassos dias antes do Estados ter de reembolsar 4.899 mil milhões de €€ e de pagar 1.770 mil milhões em juros.

Até lá, a obrigatoriedade da retenção de dinheiro nos cofres do Estado porá muita pressão nos fornecedores e nas transferências que o Estado está obrigado a fazer para as mais diversas instituições. Penso que as autarquias, hospitais, universidades, politécnicos e escolas estão entre as mais visadas.

domingo, 17 de abril de 2011

Dívida Directa do Estado - Março de 2011



O valor da dívida diminuiu e parece que foi conseguido, na sexta-feira, o reembolso de uma linha de de OT no valor de cerca de 4.3 mil milhões de €€.


Na próxima semana haverá nova emissão de curto prazo entre 750 e 1.000 milhões de €€ que não deverá apresentar grande problema.


Sei que, em várias instituições há grandes dificuldades de tesouraria, grandes quantias sujeitas a cativação e não libertação de fundos para concretização de vários programas.


Parece-me que parte desta (aparente) diminuição de necessidade de financiamento tem a ver com o não pagamento de diversas quantias associadas muitos projectos nas áreas educativa e de acção social espalhados por todo o país.


Ficam os números:
Valor (Março de 2011) : 152.476.427.603 (+0.5% que em final de 2010)

Representa cerca de 90.5% do PIB

Média diária em 2011 : 7.797.766€ 
Média diária em 2010 : 52.132.112€
Média diária em 2009 : 39.133.457€

sábado, 9 de abril de 2011

Pedido de ajuda à comunidade internacional



Como já se sabia há mais de um ano, o governo teve de pedir auxílio à liquidez aos restantes países.

Infelizmente, chegamos a este ponto e os próximos 10 anos serão sofridos para todos. Quanto a mim, assistiremos a

  • uma diminuição brutal dos salários em geral (para quem mantiver o seu posto de trabalho).
  • corte nos salários dos funcionários públicos (via taxação extra dos 13º e 14º meses ou a sua simples retenção ou eliminação)
  • uma diminuição do consumo interno (pelos 2 pontos anteriores)
  • uma diminuição no comércio de produtos facilmente dispensáveis: restaurantes, cafés, bares e cultura em geral (cinemas, livros e jornais).
  • um aumento das taxas de juro que tratará de diminuir o rendimento disponível daqueles que mantêm o seu posto de trabalho.
  • um aumento da inflação que penalizará, entre outros e em grande medida, os pensionistas.
Resta-nos continuar a trabalhar e a poupar mais para ter algum aforro.

Para quem tiver algum dinheiro disponível, pode pensar em fazer depósitos a taxas razoáveis (há por aí taxas de 4% a um ano), pesquisar o mercado imobiliário e daqui a 18/24 meses fazer uma compra a pensar no arrendamento. Talvez seja um investimento que torne a fazer sentido.

Até lá, os posts aqui serão raros por razões da mais pura falta de tempo, aliado ao facto de estes temas estarem agora em todos canais de tv e jornais.