Nos últimos dias, foi o tema dominante na imprensa: reestruturação da dívida.
Tenho defendido, em conversas entre amigos e colegas, que isso é precisamente o que a troika veio cá fazer, entre outras coisas.
Garantiu financiamento à economia a taxas mais baixas do que as existentes no mercado, em troca de mudanças (escuso-me de as adjectivar...) na vida corrente do Estado. Menos despesas e melhor gestão dos recursos. Se foram, ou não, as melhores medidas isso é algo que se pode discutir. Que não nos massacraram com taxas altíssimas como às vezes nos querem fazer crer, é algo que me parece evidente.
Repare-se no montante média em dívida de cada ano e nos juros pagos nesse ano.
Juros pagos no ano | Dívida média no ano | Juros/dívida | |
2001 | 3,765,425,325 € | 68,545,016,537 € | 5.49% |
2002 | 3,827,600,000 € | 75,556,392,088 € | 5.07% |
2003 | 4,030,400,000 € | 81,671,294,731 € | 4.93% |
2004 | 3,741,400,000 € | 87,048,764,275 € | 4.30% |
2005 | 3,968,400,000 € | 96,608,603,170 € | 4.11% |
2006 | 4,397,400,000 € | 105,320,622,746 € | 4.18% |
2007 | 4,719,900,000 € | 110,116,404,684 € | 4.29% |
2008 | 4,886,500,000 € | 114,713,795,810 € | 4.26% |
2009 | 5,006,700,000 € | 126,548,628,446 € | 3.96% |
2010 | 4,971,700,000 € | 143,005,682,296 € | 3.48% |
2011 | 6,039,200,000 € | 166,347,582,521 € | 3.63% |
2012 | 6,874,000,000 € | 188,334,895,112 € | 3.65% |
2013 | 6,842,600,000 € | 203,717,492,521 € | 3.36% |
Nos últimos 13 anos, nunca a taxa efetiva de juros foi tão baixa, e tem mesmo descido de forma muito linear.
Até o montante pago em juros desceu, em valor nominal, de 2012 para 2013.
Se a dívida é sustentável? Pode discutir-se.
Se a troika tem sugado os recursos ao país? Penso que não.
Se tudo isto poderia ter sido feita de forma diferente? É evidente que sim, mas a mudança tinha de ter sido iniciada em 2001, para não ir mais atrás ainda...
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