quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Execução orçamental JAN-NOV 2010 em Espanha



Descubram as diferenças... FONTE
Até final de Novembro:

Receitas : +24.6% (60% deste aumento deveu-se ao IVA)
Despesas : -4.0% 

Saldo : -3.68% do PIB (caiu 45.8% relativamente ao mesmo período do ano passado)

Em Portugal o défice caiu 1% no mesmo período.


PS : após este post apercebi-me de que o défice espanhol é calculado somando 3 parcelas: estado + comunidades autónomas + parcela 3. A parcela 3 não sei o que é mas prevê-se que tenha o valor de 0.4% do PIB. Assim:
Défice 2010 :
Estado : 3.68% (até fim de novembro)
C.Aut. : 1.24% (até fim de setembro)
?????? : 0.40% (previsão para 2010)


Total : 5.32%


A minha previsão : 6.2% do PIB


A grande diferença relativamente a Portugal é que em Espanha estão a reduzir as despesas : Estado 4% e Comunidades Autónomas 2.4%...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010



Até ao final do mês de Novembro temos :

Receita fiscal (90% das receitas) : +1.382M€ (IVA contribuiu com 86% deste aumento)

Despesa corrente (94% das despesas) : +1.639M€ (transferências para a SS 40% e para a Adm. Central 57% do aumento)

Se por um lado, as receitas do IVA têm superado as expectativas, por outro temos o IRS e o IRC com um comportamento negativo mas que tem sido cada vez melhor, dentro do quadro actual.

Na despesa, não se entende o aumento tão expressivo nas transferências para a administração central.

As pensões, só por si, representaram +800M€ (500M€ na SS e 300M€ na CGA) relativamente aos gastos do Estado em 2009.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Execução orçamental JAN-NOV 2010



Até ao final de Novembro, o défice foi cerca de 100M€ melhor que em igual período do ano passado.
As receitas fiscais aumentaram fortemente, suportadas pelo IVA (93% do aumento foi devido ao aumento da cobrança deste imposto), e isso serviu para disfarçar o aumento também elevado da despesa corrente primária. Esta despesa aumentou essencialmente devido ao aumento das transferências para a SS e para a administração central, sendo estes items responsáveis por 90% do aumento. Se a primeira ainda se percebe, relativamente à segunda reflecte o fato da casa não estar ainda arrumada…
A receita, em valor, aumentou mais do que a despesa em termos homólogos, o que acontece pela primeira vez este ano.
Parece que os números revelam uma melhoria que pode significar a inversão da tendência dos últimos anos.
Ficam os números:

Receita Total : 32.242.000.000€ (+1.246M€ ; +4.0%)
Das quais :
Receitas fiscais : 28.899.600.000M€ (+1.382M€ ; +5.0%)
IRS : 7.816.000.000€ (-83M€ ; -1.1%)
IRC : 3.780.000.000€ (+24M€ ; +0.6%)
IVA : 9.057.500.000€ (+1190M€ ; +11.8%)
ISP : 2.213.400.000€ (-32M€ ; -1.4%)


Despesa Total : 45.181.200.000M€ (+1.146M€ ; +2.6%)
Despesa Corrente Primária : 37.644.400.000€ (+1.753M€ ; +4.9%)
Despesa de Capital : 2.598.200.000€ (-493M€ ; -15.9%)

Saldo : -12.939.200.000M€ ( aprox. 7.8% PIB previsto em 2010 )

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Saldo da balança comercial - JAN/SET 2010



País / Variação das exportações / Variação das importações / Saldo (em Mil Milhões de €):

Portugal / +16% / +10% / -14,6
Irlanda / +2% / -1% / +31,8
Grécia / +3% / -12% / -17,7
Espanha / +13% / +13% / -39,0
Itália / +14% / +21% / -19,2

Falta-nos a capacidade de substituir importações.
Os países intervencionados revelaram uma resistência ao aumento de importações, que não conseguimos ter.
Caso as nossas importações não tivessem crescido, o défice comercial teria tido um comportamento muito bom.

Portugal tem défice de 14,6 mil milhões no comércio externo



FONTE 

Aqui reside um dos problemas de Portugal. Temos uma balança comercial com défices sucessivos.
Até final de setembro, apesar das exportações terem crescido 16% e das importações 10%, o desequilíbrio entre os dois valores levou a que o défice seja superior em 300 milhões relativamente ao mesmo período do ano passado.
Na notícia aparece a referência à Irlanda cuja economia, se excluirmos o sector financeiro, continua em alta.

Por comparação, e utilizando os dados para a população em 2008, o défice português nos primeiros 9 meses deste ano foi de 1.367€ por pessoa. Na Irlanda, o excedente foi de 7.651€ por pessoa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dívida Directa do Estado - NOVEMBRO 2010



No final de Novembro, o total da dívida diminuiu 233.205.251€.
Sem dúvida que é uma boa notícia para quem olha de fora, mostrando que o FMI, perdão, o governo Português consegui passar estes meses de turbulência sem aumentar ainda mais a dívida.

A média diária passou a ser de quase 45.000.000€.

No 1º trimestre do próximo ano, teremos de refinanciar cerca de 10 mil milhões em Bilhetes do Tesouro.
Caso as medidas de aumento da receita tenham o efeito desejado e, no lado da despesa haja algum controlo, poderemos estar a chegar ao pico da agitação financeira e, lá para o 2º trimestre do ano que vem, começar a ter algumas indicações de que o pior poderá estar a passar.

Claro que dos juros altos a que nos financiamos este ano já ninguém nos livra. Mas, se as medidas de boa gestão do lado da redução da despesa se confirmarem, poderemos mesmo estar num ponto de viragem.

Próxima paragem, execução orçamental até novembro de 2010.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Portugal paga amanhã mais de 3% por crédito a três meses



O ritmo da dívida e a falta do trabalho de casa leva a estas taxas altíssimas ( ver notícia ).
Com as taxas do mercado secundário a revelarem estes valores:

  • 2 anos : 4.2%
  • 5 anos : 5.3%
  • 10 anos : 6.3%
Aquilo que estamos a atirar para pagar lá mais para à frente continua a engordar...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Espanha continua a fazer o TPC



Enquanto por cá continuamos a assobiar para o lado, vejam o que faz a Espanha:

Espanha vai reduzir emissão de dívida em um terço no próximo ano

Para além de um plano de privatizações que inclui as Lotarias (que em Espanha são geridas pelo Estado) e os dois maiores aeroportos do País.

Lembrar Ernâni Lopes sempre!



Um dos lutadores a favor de ideais que muita falta fazem cá hoje.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quanto contribui cada imposto?



A partir do momento em que estes factos começaram a abrir os telejornais, comecei a dedicar menos tempo ao blog. 
Comecei por escrever a todos os grupos parlamentares, e a pedir a todos que estes assuntos saltassem para a ordem do dia e (não penso que foi por minha causa claro) assim foi.
Hoje deixo algumas linhas acerca do que pode ser feito.

As receitas fiscais são cerca de 89% das receitas do Estado e não deve se muito fácil abdicar dela.

3 ideias que penso poderem incentivar o desenvolvimento económico.
  • permitir que as empresas que re-investissem uma parte significativa dos lucros pudessem beneficiar de uma taxa reduzida de IRC;
  • incentivar a criação de fundos de pensões por parte das empresas, com contas individuais para cada trabalhador, para onde parte dos descontos para a SS pudessem ir;
  • aumentar o ISP para os particulares, incentivando a compra de automóveis menos poluentes e a utilização de tranportes públicos.
Não sou especialista em impostos, mas penso que poderiam dar um contributo sustentado para o desenvolvimento da nossa economia e para a melhoria da qualidade de vida de todos.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Défice das contas públicas de Espanha



Os nossos vizinhos começam a ter a casa arrumada...

Défice de Espanha diminui com aumento de receitas e queda das despesas

Défice do Estado espanhol diminuiu para 31,26 mil milhões de euros em Outubro, num período em que as receitas cresceram 25,5% e as despesas diminuíram 3%.
O défice de Espanha terá diminuído para 2,96% do produto interno bruto (PIB), até Outubro, de acordo com os dados divulgados pelo secretário de Estado da Fazenda, Carlos Ocaña, citado pela imprensa espanhola.

A contribuir para a evolução do défice espanhol esteve o aumento das receitas em 25,5% para 115,69 mil milhões de euros.

Já os gastos diminuíram em 3% para 146,96 mil milhões de euros.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Execução Orçamental JAN-OUT 2010



Variação relativamente ao mesmo período de 2009:
Receita Total : receita Fiscal : receita não-Fiscal : 
Despesa Total : Despesa Corrente Primária : Juro e outros encargos :
O défice está nos 5.6% do PIB, sendo que, com a história do fundo de pensões da PT, me abstenho de escrever qual a minha previsão...

Ficam os números, JAN/OUT-2010 :

Receita total : 28.971.000.000€ (+895M€ ; +3.2%) 
Das quais :
Receitas fiscais : 25.914.000.000M€ (+1146M€ ; +4.6%) 

IRS : 6.201.500.000€ (-106M€ ; -1.5%) 
IRC : 3.699.500.000€ (-34M€ ; -0.9%)
IVA : 9.744.400.000€ (+1064M€ ; +12.3%)
ISP : 2.016.900.000€ (-19M€ ; -0.9%) 

Despesa Total : 40.856.000.000M€ (+1110M€ ; +2.8%)
Despesa Corrente Primária : 38.514.000.000€ (+1599M€ ; +4.3%) 
Despesa de Capital : 2.342.000.000€ (-490M€ ; -17.3%) 

Saldo : -11.885.000.000M€ ( aprox. 7.2% PIB previsto em 2010 )
Como curiosidade, e já que se fala tanto na dívida:
Juros e outros encargos : 5.150.900.000€ (+4.9%)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Como vamos de execução orçamental?



Este mês ainda não ouvi uma palavra do ministro das finanças acerca da execução orçamental.
A estranheza é maior lembrando-me que no mês passado começaram a divulgar alguns dados, supostamente positivos, logo no dia 5.
Espero que isto não seja um mau sinal...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

BES bate o pé à Fitch



Hoje, após um comunicado da Fitch em que faz downgrade de alguns bancos portugueses, o BES decidiu rescindir com a Fitch.
Não tenho grande capacidade para "ler" as contas dos bancos mas, tenho opinião de que o BES até nem será dos piores. Dos grandes, acredito que será o BCP a ter mais dificuldades no futuro próximo.
Resta saber quais as consequências desta rescisão. Como reagirá o mercado?

Cotação do BES a 08/11/2010 : 3.35€

Comunicado do BES

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lucros de 4 bancos sobem 53 milhões até Setembro 2010



A notícia está aqui.
O que achei curioso foi a frase que coloco a azul-negrito:



"No total, BES, BCP, BPI e Santander Totta obtiveram resultados líquidos no valor de 1122,2 milhões de euros, traduzindo um crescimento da ordem dos 5% face aos ganhos dos primeiros nove meses do ano passado.
Todas aquelas instituições reforçaram os seus lucros, à excepção do Santander Totta, que baixou os resultados em 11%, mas apenas devido a um reforço das provisões para fazer face ao período mais difícil que se avizinha. Já os crescimentos dos restantes bancos foram expressivos, oscilando entre os 10,8% e os 22% obtidos pelo Millennium bcp."

O Santander já deu mostras, no passado, de ter uma estratégia mais conservadora na assunção de riscos.
No caso do BCP, o aumento do crédito mal parado é assustador enquanto que no BPI parece estar relativamente controlado e no BES muito bem provisionado.
Veremos como estes bancos fecham 2010.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Défice do Estado Português vs Espanhol (JANSET-2010)



Hoje vi no rodapé de um dos telejornais que o Estado Espanhol diminuiu o défice, relativamente a 2009, cerca de 42%.
No mesmo espaço temporal, o défice do Estado Português aumentou 2.5%.
Fim de post.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Execução Orçamental : Janeiro/Setembro 2010



Conhecida a Execução Orçamental no período Janeiro/Setembro de 2010, verifica-se que a receita aumentou 1.9% a a despesa 2.0%, relativamente ao período homólogo.

Aparentemente, as notícias não seriam catastróficas, mas apenas más. O que continua a preocupar é o aumento de 4.6% na despesa corrente, o que continua muito acima do aumento da receita fiscal.



Isto é, apesar de todos os esforços de cobrança e do aumento das taxas de IVA e IRS efectuadas a meio do ano, este aumento não compensa o aumento da despesa primária, que representa 84% da despesa do Estado.

A despesa só não aumentou mais pois houve uma retracção brusca nas despesas de capital (Investimentos, entre outros...) de quase 16% senão o cenário seria ainda pior.


I
sto também pode querer dizer que, em vez de pôr a casa em ordem, tentar reduzir os desperdícios e aumentar a eficiência dos serviços, o Estado continua sem o conseguir fazer e, em compensação, retira dinheiro de investimento que, por si só, poderia estimular um pouco a economia real. 


O défice está nos 5.6% do PIB, sendo que o intervalo da minha previsão se aperta para os : [ 8.3% ; 8.9% ].

Ficam os números, JAN/SET-2010 :



Receita total : 26.519.700.000€ (+496M€ ; +1.9%)
Das quais :Receitas fiscais : 23.744.400.000M€ (+758.9M€ ; +3.3%)
IRS : 6.201.500.000€ (-512M€ ; -7.6%)
IRC : 3.502.200.000€ (-150M€ ; -1.5%)
IVA : 9.057.500.000€ (+1107M€ ; +13.9%)
ISP : 1.814.600.000€ (-8M€ ; -0.5%) 


Despesa Total : 35.837.400.000M€ (+704M€ ; +2.0%)
Despesa Corrente Primária : 30.087.900.000€ (+1.314M€ ;
+4.6%)
Despesa de Capital : 1.860.100.000€ (-385M€ ; -15.8%) 


Saldo : -9.317.700.000M€ ( aprox. 5.6% PIB previsto em 2010 )

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dívida Directa do Estado - SETEMBRO 2010



No mês passado, o total da dívida deu mais um salto: + 748.248.210€
Atingimos a fasquia dos 15.000.000.000€ em 2010, apesar de agora estarmos todos enebriados com a baixa das taxas de juro para os 5,5% no OT a 10 anos. Há um ano esta taxa estava abaixo dos 4%...

Deixo a tabela e o número da dívida diária tomada este ano: quase 55.000.000€...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Benefícios e deduções no IRS para 2011



ABSOLUTAMENTE LAMENTÁVEL!

Caso a proposta de Orçamento do Estado para 2011 avance, os contribuintes poderão abater à sua factura de IRS entre um mínimo de 900 e um máximo de 1.100 euros consoante o escalão de rendimentos em que se insiram, apurou o Negócios. 

Os cortes começam, como já tinha sido anunciado, a partir do 3º escalão de rendimento. Aí, as famílias com um rendimento colectável médio entre 740 e 18.375 euros apenas poderão abater ao IRS 9,447% sobre o seu rendimento colectável, sendo que esse valor não excede os 800 euros. Em benefícios fiscais só pode deduzir 100 euros. 

Considere-se por exemplo uma família com rendimento colectável (no caso de um casal este é o rendimento médio dos dois) de 15.000 euros por ano. Em despesas de educação, saúde, etc., poderá deduzir ao IRS 800 euros no máximo (teoricamente seria de 1417 euros, mas o tecto máximo corta o resto da dedução). Adicionalmente, em benefícios fiscais (PPR, por exemplo), pode abater mais 100 euros. 

No limite máximo às deduções à colecta considera-se a soma das despesas de saúde, despesas de educação e formação, despesas com lares e os juros e amortizações de dívidas com empréstimos à habitação (artigos 82º, 83º, 84º e 85º do Código do IRS). No limite máximo aos benefícios fiscais considera-se o conjunto dos gastos com PPR (planos poupança-reforma), energias renováveis e seguros, entre os demais que constam do Estatuto dos Benefícios Fiscais. 

O que vai ficar mais caro em 2011?



O nosso (des)governo acaba de lançar mais uma facada em todos nós.
Numa completa indiferença com o bem estar das populações, vão manter quase todos os gastos completamente inúteis em muitos sectores da máquina do Estado e passar a cobrar mais impostos.
O IVA é um deles e, para além de ver as taxas aumentadas, vê muitos produtos a subirem de escalão.
Alguns dos produtos são essenciais a todos, e não deveriam sequer pagar "imposto de valor acrescentado".

Pelo que está aqui, estes são alguns exemplos:

Produtos que passam de IVA a 13% para IVA a 23%:

- Conservas de carne
- Peixe
- Produtos hortícolas
- Frutas
- Refrigerantes
- Sumos e néctares de fruto ou de produtos hortícolas, incluindo xaropes de sumos
- Bebidas concentradas de sumos e Produtos concentrados de sumos
- Óleos alimentares e Margarina
- Aperitivos
- Plantas ornamentais

Produtos que passam de IVA a 6% para IVA a 23%:

- Leites vitaminados, achocolatados, aromatizados ou enriquecidos. Nesta categoria incluem-se, por exemplo, os leites especificamente criados para crianças, com aditivos de cálcio ou de vitaminas.
- Bebidas e sobremesas lácteas
- Ginásios
- Publicações desportivas e Revistas recreativas

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

2.6 mil milhões de €€ serão suficientes?



Segundo o que tenho lido nos jornais, os fundos de pensões da PT valem 2.600.000.000€. Isto é, cerca de 1,6% do PIB.
Ora, o objectivo do governo é atingir um défice do Estado para este ano de 7,3%. Tendo em conta que no ano passado o défice foi de 9,4%, o governo está a contar que 76% do corte no défice seja feito à conta desta manobra muito duvidosa.
Onde irá desencantar os outros 24% ?
Vamos estando atentos para ver, afinal, se algo muda até dezembro.

domingo, 3 de outubro de 2010

PEC III - Fundo de Pensões da PT - Update



Ontem ouvi na rádio que o fundo de pensões da PT vale cerca de 2.6 mil milhões de €€.
Neste caso o impacto na redução do défice deve ser de 1.55%
Se for todo contabilizado, deve chegar para os 7.3%...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Emissão de dívida em OUT-DEZ de 2010



Se bem percebi neste PDF vamos pedir ainda entre 7.000 e 9.500 milhões de euros até ao fim do ano.
Tendo em conta os juros e os BT que vencem nestes meses, eu diria que 4.000 milhões de euros já estão destinados.
Ficam 3.000 a 5.500 milhões de euros para pagarmos algures no futuro...

PEC III - Medidas a aplicar em 2010



Pelo que está escrito no site do governo, as medidas a aplicar ainda este ano são:


  • Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1.º e 2.º escalões e eliminação dos 4.º e 5.º escalões desta prestação;
  • Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;
  • Reduzir as despesas com medicamentos e meios complementares de diagnóstico no âmbito do SNS e redução dos encargos com a ADSE;
  • Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;
  • Reduzir as despesas de investimento;
  • Aumentar as taxas em vários serviços públicos designadamente nos setores da justiça e da administração interna;
  • Aumentar em 1 p.p. a contribuição dos trabalhadores para a CGA.
Assim a olho, diria que são claramente insuficientes para trazer o défice para os 7.3%. Aguardemos.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PEC III - Fundo de Pensões da PT



Se esta notícia corresponder à verdade, isto terá um impacto de cerca de 0.9 a 1.0% na redução do défice.
É claro que estou à espera que seja contabilizada a receita sem que se tenham em conta as responsabilidades futuras assumidas pelo Estado. Em teoria, este "encaixe" financeiro deveria ter um efeito nulo, na prática vai contribuir para que o défice fique no intervalo [ 6.8 ; 7.6% ].
E temos o problema (deste ano) resolvido... Pena que para isso se tenha hipotecado o futuro do país e se venham a pagar as taxas altíssimas de juros que ultimamente têm acompanhado as emissões de dívida.
Enquanto não houver alguém com visão para além dos 4 anos de uma legislatura não vamos lá...


ps (30/09/2010) esta outra notícia já acrescenta mais qualquer coisa. No curto prazo, ganha o Estado e para a PT é igual. No longo prazo perde o Estado e ganha a PT. Ficamos todos (excepto os grandes accionistas da PT) a perder com isto...

PEC III



Hoje à noite fomos todos brindados com as novas "medidas de austeridade".
Não vi em pormenor se são para aplicar já este ano mas vou admitir que sim.

As medidas agora tomadas deveriam, como todos sabemos, ter sido tomadas no início deste ano. Talvez assim não fossem tão severas, principalmente se o cuidado na redução da despesa tivesse sido efectivo.
Tendo em conta as medidas descritas no documento disponibilizado pelo Ministério das Finanças, eu diria que por si só serão suficientes para reduzir o défice para o intervalo [ 7.8 ; 8.6% ].

O rendimento disponível nos bolsos dos portugueses vai sofrer um grande corte, devido a:

  • aumento do IVA dos 21% para os 23% (aumento de 9.5%...)
  • diminuição das deduções e benefícios fiscais no IRS
  • eliminação do abono de família para as famílias incluídas no 4º e 5º escalões
O que no caso dos funcionários públicos (aos quais se apliquem as condições seguintes) é agravado por

  • aumento em 1 ponto percentual nos descontos para a CGA
  • diminuição média de 5% no salário de quem aufere acima de 1.500€
São muito milhões de €€ a menos a circular na economia e, como tal, o consumo vai naturalmente ter uma retracção.

sábado, 25 de setembro de 2010

Execução Orçamental : Janeiro/Agosto 2010



O Relatório de Execução Orçamental, com os dados até final de Agosto de 2010, continua a mostrar que o défice está muito acima do que aquilo que devia e muito acima do que o governo quer fazer crer.


A variação da receita tem sido positiva mas, neste momento, esta subida dá sinais de estar esgotada ao ser de apenas +1.8% relativamente ao mesmo período do ano anterior.


A despesa é 2.7% inferior mas, a despesa corrente primária está 4.8% acima do que no ano passado. Este é o verdadeiro problema que tem de ser atacado.


 no mês de Agosto deste ano, o défice foi de 286M€ (o dobro do apurado em Agosto de 2009) e assim, tem de repetir-se, não vamos lá.


O aumento do IVA tem sido o factor que mais tem contribuído para o aumento da receita mas, como é evidente, não chega para compensar a quebra generalizada de receita dos outros itens.


A Saúde, a Educação e as Despesas Sociais são os capítulos a rever, para o próximo orçamento. Sem se mexer aqui, nada se consegue.


Pena que ainda hoje tenhamos assistido a mais uma cedência do governo a uma classe profissional. Depois dos professores, os polícias conseguiram levar avante as suas reivindicações.


O défice está nos 5.5%, sendo que o intervalo da minha previsão se mantém : [ 8.6% ; 9.2% ].

Ficam os números:

Receita Total : 22.723.900.000€ (+405M€ ; +1.2%)
Das quais :Receitas fiscais : 20.187.600.000M€ (+635.5M€ ; +3.3%)
IRS : 4.858.100.000€ (-407M€ ; -7.7%)
IRC : 2.895.100.000€ (-150M€ ; -4.9%)
IVA : 8.057.400.000€ (+984M€ ; +13.9%)
ISP : 1.597.600.000€ (-13M€ ; -0.8%)

Despesa Total : 31.913.600.000M€ (+851M€ ; +2.7%)
Despesa Corrente Primária : 26.915.700.000€ (+1.244M€ ; +4.8%)
Despesa de Capital : 1.860.100.000€ (-104M€ ; -5.3%)
Saldo : -9.189.700.000M€ ( aprox. 5.6% PIB previsto em 2010 )

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dívida Directa do Estado - AGOSTO 2010



Mais dados, (ainda) mais motivos de preocupação.
A dívida aumentou no mês de Agosto cerca de 790.000.000€. Em 2007, 2008 e 2009 a dívida tinha diminuído, em média, 60.000.000€ neste mês. Facto que poderia querer dizer que seria um mês de intervalo neste crescimento (aparentemente) descontrolado da dívida. Afinal, tivemos mais do mesmo.


Em 8 meses o Estado Português contraiu tanta dívida quanta aquela que foi contraído no ano passado. E ainda faltam 4 meses de dados...
Surgiram ontem notícias de alguma dificuldade em colocar a dívida nos mercados, reflectida na taxa de juro paga : 3.369% a 12 meses, se não me falha a memória.


Para que se perceba bem o que isto é, iremos pagar pela última emissão de dívida as, isto significa pagar 25.267.500€ de juros daqui a um ano... Ou será que daqui a um ano vamos ter uma nova emissão de dívida de 750.000.000€+25.267.500€ ? Só pela última emissão de dívida...


Fica a tabela habitual:

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Notícia do Diário Económico



Mais uma...

http://economico.sapo.pt/noticias/risco-de-portugal-bate-recorde-historico_98537.html

É claro que quem compra dívida tem de o fazer assegurando o rendimento devido. Neste momento surpreende-me que ainda existam interessados em comprar dívida do Estado, com o risco a aumentar brutalmente a cada dia que passa.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dívida Directa do Estado - JULHO 2010



Os últimos dados revelam um aumento brutal da dívida no mês de julho.
A razão disto é, para mim, desconhecida, mas continua a ser um sinal vermelho muito carregado acerca da saúde das finanças do país.
Até Julho, a dívida já aumentou quase tanto quanto no ano de 2009 inteiro. O número a 31/07/2010 representa um aumento superior a 10% relativamente ao observado no final de 2009 e já ultrapassa os 88% do PIB.

Faltam palavras para descrever o descalabro do aumento da dívida. Fica a tabela:


E agora senhores políticos?

Execução Orçamental : Janeiro/Julho 2010



Foi publicado o Relatório de Execução Orçamental com os dados até Julho de 2010.
A variação da receita tem sido muito positiva mas não chega para compensar o aumento da despesa. Parece, no entanto, que o crescimento da despesa está a ser estancado relativamente ao observado em 2009.

Pena que as melhorias sejam feitas à custa do aumento dos impostos (basicamente IVA) e não do lado da despesa. O défice das contas é superior em cerca de 330M€ ao verificado na mesma altura do ano passado.

Aquilo que ainda está algo descontrolado é a despesa corrente primária, devido ao grande aumento das despesas relacionadas com o desemprego e RSI.

O défice está nos 5.4% atirando a minha previsão de défice para 2010 para o intervalo [ 8.6% ; 9.2% ].
Gostaria de estar enganado, mas mesmo os 8.3% de previsão do governo parecem ser, neste momento, uma miragem.

Ficam os números:

Receita Total : 19.820.900.000€ (+692M€ ; +3.6%)
Das quais :
Receitas fiscais : 17.583.000.000M€ (+973M€ ; +5.9%)
IRS : 3.920.800.000€ (-321M€ ; -7.6%)
IRC : 3.196.700.000€ (+111M€ ; +3.6%)
IVA : 6.609.600.000€ (+844M€ ; +14.6%)
ISP : 1.283.700.000€ (-6M€ ; -0.4%)


Despesa Total : 28.723.600.000M€ (+1.039M€ ; +3.8%)
Despesa Corrente Primária : 23.948.800.000€ (+1.290M€ ; +5.7%)
Despesa de Capital : 1.737.000.000€ (+6M€ ; +0.4%)

Saldo : -8.902.700.000M€ ( aprox. 5.4% PIB 2010)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Execução Orçamental : 1º Semestre 2010



Foram agora publicados os números relativamente aos primeiros 6 meses do ano.
Alguns números: (entre parêntesis a variação relativamente a 2009)

Receita Total : 16.665.900.000€ (+556M€ ; +3.5%)
Das quais :
Receitas fiscais : 14.685.900.900M€ (+832M€ ; +6.0%)
IRS : 3.158.600.000€ (-491M€ ; -13.5%)
IRC : 2.483.700.000€ (+261M€ ; +11.8%)
IVA : 5.845.800.000€ (+818M€ ; +16.3%)
ISP : 1.182.100.000€ (-10M€ ; -0.8%)


Despesa Total : 24.428.900.000M€ (+1.018M€ ; +4.3%)
Despesa Corrente Primária : 20.234.100.000€ (+1.071M€ ; +5.6%)
Despesa de Capital : 1.214.300.000€ (-116M€ ; -8.7%)

Saldo : -7.763.000.000M€ ( aprox. 4.7% PIB previsto em 2010 )

JUNHO 2010




O mês de Junho/2010 confirmou a necessidade do país aumentar a sua dívida. No final do mês passado, a dívida chegou aos 142.614.027.148€ . A variação mensal foi de 1.7%, e o aumento neste ano, relativamente ao final de 2009, vai em 7.4%.
Relativamente ao PIB, está em cerca de 86%.

As medidas anunciadas de aumento de receitas e diminuição de despesas foram adoptadas no início de Julho e tenderão a fazer-se sentir lá mais para frente.
Para já, o cenário continua a ser muito mau.

Aguardemos pelo relatório de execução orçamental deste mês.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dívida Directa do Estado - 1980/2009



Neste período, a dívida directa do estado aumentou 14.89% (anualizado)...
Fica o gráfico, não são necessários comentários.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Plano Inclinado - 5 de julho de 2010




Mais um programa em que se GRITA que o estado a que o Estado chegou é completamente surreal.
Todos temos culpa e acredito que cada um estará disposto à sua parte de esforço para que possamos não sofrer tanto com os ajustes.
Mas aqui, como sempre, o exemplo terá de vir de cima e a honestidade e seriedade terá de ser sempre o guis em todas as actividades.

Aumento das receitas, cortes nas despesas. Julho 2010.



Na tentativa de colocar as contas em ordem, foram tomadas algumas medidas que se traduzem num aumento (esperado) de receita

  • Aumento da taxa reduzida do IVA de 5% para 6% (+20%)
  • Aumento da taxa intermédia do IVA de 12% para 13% (+8.3%)
  • Aumento da taxa normal do IVA de 20% para 21% (+5%)
  • Aumento das taxas de retenção na fonte em IRS (1% ou 1,5%)
  • Aumento da taxa de IRS que incide nos juros dos depósitos a prazo
Eu não sei qual o peso de cada uma das taxas na cobrança total do IVA mas supondo que:
- taxa máxima : 50%
- taxa intermédia : 30%
- taxa reduzida : 20%

tem-se um aumento esperado de 9% nas receitas de IVA. A ver vamos...

Quanto ao IRS, em 2011 teremos as taxas seguintes : (fonte)


Rendimento Colectável 
Taxas Rendimentos de 2011 
Até 4.793
11,5
De mais de 4.793 até 7.250
14
De mais de 7.250 até 17.979
24,5
De mais de 17.979 até 41.349
35,5
De mais de 41.349 até 59.926
38
De mais de 59.926 até 64.623
41,5
De mais de 64.623 até 149.999
43,5
Superior a 150.000
46,5


e já este ano de 2010 teremos as taxas seguintes : (fonte)


Rendimento Colectável 
Taxas Rendimentos de 2010 
Até 4.793
11,08
De mais de 4.793 até 7.250
13,58
De mais de 7.250 até 17.979
24,08
De mais de 17.979 até 41.349
34,88
De mais de 41.349 até 59.926
37,4
De mais de 59.926 até 64.623
40,88
De mais de 64.623 até 149.999
42,88
Superior a 150.000
45,88


o que representa, para os escalões respectivos um aumento de :


Nos casos extremos :
  • rendimento de 4.793€ pagou 503,27€ em 2009 e pagará 551,20€ em 2011 ;
  • rendimento de 60.000€ pagou 25.200€ em 2009 e pagará 26.100€ em 2011.
Veremos até que ponto estes aumentos não serão anulados pela quebra do consumo e pelo aumento do desemprego.

Relativamente ao aumento da taxa de IRS nos juros dos depósitos a prazo, prevejo com base nisto um aumento da receita de 50M€ a 75M€, embora aqui os dados que conheço sejam escassos para uma previsão mais apurada.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MAIO 2010



Dívida Total : 140.287.453.588€  ( ~ 85% PIB)


Não faço ideia de quanto é a percentagem que estamos a pagar de juros mas supondo que é de 3% (e penso que, na realidade, será muito mais), quer dizer que só em juros estamos condenados a pagar 4.2 mil milhões de euros durante este ano. Cerca de 3% do PIB.
E o cenário é bem mais negro que este que estou aqui a traçar, pois os juros das novas emissões tem sido bem mais alto que os 3%...

Apresentação



Este é um dos itens que nos vai levar, a breve trecho, a uma grande diminuição da qualidade de vida para todos no nosso país.
Há aquela frase: "Se deves 100.000 a um banco e não pagas, tu tens um problema. Se deves 100.000.000 a um banco e não pagas, o banco tem um problema.".

Ora, enquanto país, todos estão a dever qualquer coisa (MUITO!) e esta dívida tem vindo a aumentar assustadoramente.

Neste Blog, vou actualizar os dados da Dívida Pública Portuguesa, com os dados desde 2001 até ao presente.


Médias mensais e dados 2010:


O ritmo de crescimento da dívida continua alto. Só até Maio, já aumentou 5.7% relativamente a 2009, e o ano ainda não vai a meio.