quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Emissão de dívida em OUT-DEZ de 2010



Se bem percebi neste PDF vamos pedir ainda entre 7.000 e 9.500 milhões de euros até ao fim do ano.
Tendo em conta os juros e os BT que vencem nestes meses, eu diria que 4.000 milhões de euros já estão destinados.
Ficam 3.000 a 5.500 milhões de euros para pagarmos algures no futuro...

PEC III - Medidas a aplicar em 2010



Pelo que está escrito no site do governo, as medidas a aplicar ainda este ano são:


  • Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1.º e 2.º escalões e eliminação dos 4.º e 5.º escalões desta prestação;
  • Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;
  • Reduzir as despesas com medicamentos e meios complementares de diagnóstico no âmbito do SNS e redução dos encargos com a ADSE;
  • Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;
  • Reduzir as despesas de investimento;
  • Aumentar as taxas em vários serviços públicos designadamente nos setores da justiça e da administração interna;
  • Aumentar em 1 p.p. a contribuição dos trabalhadores para a CGA.
Assim a olho, diria que são claramente insuficientes para trazer o défice para os 7.3%. Aguardemos.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PEC III - Fundo de Pensões da PT



Se esta notícia corresponder à verdade, isto terá um impacto de cerca de 0.9 a 1.0% na redução do défice.
É claro que estou à espera que seja contabilizada a receita sem que se tenham em conta as responsabilidades futuras assumidas pelo Estado. Em teoria, este "encaixe" financeiro deveria ter um efeito nulo, na prática vai contribuir para que o défice fique no intervalo [ 6.8 ; 7.6% ].
E temos o problema (deste ano) resolvido... Pena que para isso se tenha hipotecado o futuro do país e se venham a pagar as taxas altíssimas de juros que ultimamente têm acompanhado as emissões de dívida.
Enquanto não houver alguém com visão para além dos 4 anos de uma legislatura não vamos lá...


ps (30/09/2010) esta outra notícia já acrescenta mais qualquer coisa. No curto prazo, ganha o Estado e para a PT é igual. No longo prazo perde o Estado e ganha a PT. Ficamos todos (excepto os grandes accionistas da PT) a perder com isto...

PEC III



Hoje à noite fomos todos brindados com as novas "medidas de austeridade".
Não vi em pormenor se são para aplicar já este ano mas vou admitir que sim.

As medidas agora tomadas deveriam, como todos sabemos, ter sido tomadas no início deste ano. Talvez assim não fossem tão severas, principalmente se o cuidado na redução da despesa tivesse sido efectivo.
Tendo em conta as medidas descritas no documento disponibilizado pelo Ministério das Finanças, eu diria que por si só serão suficientes para reduzir o défice para o intervalo [ 7.8 ; 8.6% ].

O rendimento disponível nos bolsos dos portugueses vai sofrer um grande corte, devido a:

  • aumento do IVA dos 21% para os 23% (aumento de 9.5%...)
  • diminuição das deduções e benefícios fiscais no IRS
  • eliminação do abono de família para as famílias incluídas no 4º e 5º escalões
O que no caso dos funcionários públicos (aos quais se apliquem as condições seguintes) é agravado por

  • aumento em 1 ponto percentual nos descontos para a CGA
  • diminuição média de 5% no salário de quem aufere acima de 1.500€
São muito milhões de €€ a menos a circular na economia e, como tal, o consumo vai naturalmente ter uma retracção.

sábado, 25 de setembro de 2010

Execução Orçamental : Janeiro/Agosto 2010



O Relatório de Execução Orçamental, com os dados até final de Agosto de 2010, continua a mostrar que o défice está muito acima do que aquilo que devia e muito acima do que o governo quer fazer crer.


A variação da receita tem sido positiva mas, neste momento, esta subida dá sinais de estar esgotada ao ser de apenas +1.8% relativamente ao mesmo período do ano anterior.


A despesa é 2.7% inferior mas, a despesa corrente primária está 4.8% acima do que no ano passado. Este é o verdadeiro problema que tem de ser atacado.


 no mês de Agosto deste ano, o défice foi de 286M€ (o dobro do apurado em Agosto de 2009) e assim, tem de repetir-se, não vamos lá.


O aumento do IVA tem sido o factor que mais tem contribuído para o aumento da receita mas, como é evidente, não chega para compensar a quebra generalizada de receita dos outros itens.


A Saúde, a Educação e as Despesas Sociais são os capítulos a rever, para o próximo orçamento. Sem se mexer aqui, nada se consegue.


Pena que ainda hoje tenhamos assistido a mais uma cedência do governo a uma classe profissional. Depois dos professores, os polícias conseguiram levar avante as suas reivindicações.


O défice está nos 5.5%, sendo que o intervalo da minha previsão se mantém : [ 8.6% ; 9.2% ].

Ficam os números:

Receita Total : 22.723.900.000€ (+405M€ ; +1.2%)
Das quais :Receitas fiscais : 20.187.600.000M€ (+635.5M€ ; +3.3%)
IRS : 4.858.100.000€ (-407M€ ; -7.7%)
IRC : 2.895.100.000€ (-150M€ ; -4.9%)
IVA : 8.057.400.000€ (+984M€ ; +13.9%)
ISP : 1.597.600.000€ (-13M€ ; -0.8%)

Despesa Total : 31.913.600.000M€ (+851M€ ; +2.7%)
Despesa Corrente Primária : 26.915.700.000€ (+1.244M€ ; +4.8%)
Despesa de Capital : 1.860.100.000€ (-104M€ ; -5.3%)
Saldo : -9.189.700.000M€ ( aprox. 5.6% PIB previsto em 2010 )

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dívida Directa do Estado - AGOSTO 2010



Mais dados, (ainda) mais motivos de preocupação.
A dívida aumentou no mês de Agosto cerca de 790.000.000€. Em 2007, 2008 e 2009 a dívida tinha diminuído, em média, 60.000.000€ neste mês. Facto que poderia querer dizer que seria um mês de intervalo neste crescimento (aparentemente) descontrolado da dívida. Afinal, tivemos mais do mesmo.


Em 8 meses o Estado Português contraiu tanta dívida quanta aquela que foi contraído no ano passado. E ainda faltam 4 meses de dados...
Surgiram ontem notícias de alguma dificuldade em colocar a dívida nos mercados, reflectida na taxa de juro paga : 3.369% a 12 meses, se não me falha a memória.


Para que se perceba bem o que isto é, iremos pagar pela última emissão de dívida as, isto significa pagar 25.267.500€ de juros daqui a um ano... Ou será que daqui a um ano vamos ter uma nova emissão de dívida de 750.000.000€+25.267.500€ ? Só pela última emissão de dívida...


Fica a tabela habitual:

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Notícia do Diário Económico



Mais uma...

http://economico.sapo.pt/noticias/risco-de-portugal-bate-recorde-historico_98537.html

É claro que quem compra dívida tem de o fazer assegurando o rendimento devido. Neste momento surpreende-me que ainda existam interessados em comprar dívida do Estado, com o risco a aumentar brutalmente a cada dia que passa.